Era como se o mar saísse pelos meus olhos. Os sentimentos vinham com a maré, no vai e vem das ondas. E logo se dissolviam ao vento, carregado e fraco. Carregado por um peso acumulado, deixando minhas forças afogarem-se nas águas agitadas que escorriam minha face. Vinham fortes e rebeldes e aos poucos perdiam as forças até suavemente beijar as areias. E ali refugiavam-se, procurando teto.
Eu já não podia sentir suas areias brancas, protegidas fator 30. Já não sentia suas folhas, tão macias e aparadas cobrindo seu rosto. E muito menos seu sol, quente. Não tinha nem ao menos o som do seu vento, dotado daquele sotaque interior. Metaforicamente falando, você era como minha praia, cheia de luz. E aquela ilha, tão distante de mim, é como seu coração.
Eu já não podia sentir suas areias brancas, protegidas fator 30. Já não sentia suas folhas, tão macias e aparadas cobrindo seu rosto. E muito menos seu sol, quente. Não tinha nem ao menos o som do seu vento, dotado daquele sotaque interior. Metaforicamente falando, você era como minha praia, cheia de luz. E aquela ilha, tão distante de mim, é como seu coração.
Dizem que sofrer é uma opção. Longe de mim. Quando se há dor, impossível reter o sofrimento. Imagine uma ferida aberta, jorrando sangue. Não dá para ignorá-la e seguir vivendo. É preciso fazer um curativo, tomar algumas drogas para fazê-la amenizar e então cultivar cuidados para evitar a dor. Os antigos sugerem que tratemos com água do mar... E por isso elas continuam a escorrer das minhas meninas castanhas, esperando fazer parte daquela paisagem.
Augusto Cruz
Nenhum comentário:
Postar um comentário