sábado, 25 de dezembro de 2010

Esfinge

Hoje parei para calcular muito do que sou. Perdi-me em mim mesmo; em minhas luxúrias, em minhas jazidas obscuras e inevitáveis; Crenças mal resolvidas e pouco pensadas. Sou o que ajo e tento; mas antes disso, sou o que penso; Sou os trilhos enferrujados que percorri e as imensas muralhas que enfrentei. Extremidades me somam, diminuem-me. Conveniências formam-me. Sou os malabares complexos e desafiadores, devastadores. Sou o crepúsculo rotineiro; tempestades veraneio. Sou além, sou cômodo; incomodado, acomodado. Paradoxal divirgente, irreverente. Sou gente. Intenso pertenço: em mim contente e transparente. Sou.
Augusto Cruz

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