Eu

Este é um texto sobre mim. Neste texto, quero falar sobre o que penso e sobre o que quero pensar. Sobre o que era e o que me tornei. Mas, principalmente, no que me tornarei.

Engraçado como tive uma transformação tão repentina de personalidade. Quem me conheceu há uns 2 anos  sabe do que eu estou falando. Quem não me conheceu, procure por alguém que possa te dizer algo sobre. O tempo, as feridas, os tropeços e as quedas tornaram-me uma pessoa solitária, errada, egoísta, confusa. Distanciei-me da minha família, dos meus sinceros amigos, para viver em outro lugar, por conta própria, tentando encontrar minha liberdade; fazer tudo o que me desse vontade, a hora em que eu quisesse. Pensei somente em mim. Experimentei as coisas erradas, para sentir novas sensações. Agradei as pessoas erradas, para me incluir. Contraditório, logo elas, me chamarem de egoísta. Logo por elas, que nunca me coloquei em primeiro lugar. Dividi meu teto, meu leito, minhas vestes, meus dias, meu salário e os sanguessugadas ainda disparam em minha direção, vomintando ingratidão na minha cabeça.

E aqui estou eu, tomando no cu por ser um completo imbecíl. 

Chegou a hora de valorizar os alguéns que me valorizam. Os alguéns que posso confiar. Aquelas pessoas que sei que posso contar a todo instante. Farei isso no meu jeito egoísta de ser. Não quero nutrir ressentimentos, tanto porque não sou desse tipo. Mas quero ficar longe de tudo aquilo que me pesa, que me faz mal, que me desanima. Não quero estar perto daqueles que estão comigo pelo que tenho, mas sim, pelo o que sou. 

Desta forma, pensando da minha maneira extremamente egoísta, não colocarei embaixo das minhas cobertas as pessoas das quais podem estar dormindo com uma faca embaixo do travesseiro.

Augusto Cruz