Culpo-me por não corresponder a sentimentos; nem quando se trata à saudades. Sinto-me responsável por não estar presente na vida de umas pessoas, por portar um pensamento de vida egoísta e egocêntrico, aonde alterei a rota dos meus trilhos partidos e acreditei que os que me seguiam deveriam adaptar-se a mim.
Eu estive completamente do lado de muita gente por muito tempo. Tempo suficiente para tornar-me insubstituível. Eu tenho noção disso. Não falo com orgulho, pois não é disso que se trata. Estou me referindo a sentimentos que sei que conquistei, espaços que tornaram-se meus. E então, minha vida sofreu uma revira-volta gigantesca de uma hora para outra e deixei esses espaços vazios.
Eu sou o responsável por obras gigantescas. Por transformações de vidas, de visões de mundo, por elevações de autoestima, caráter.. Ensinei algumas pessoas a viver, literalmente. Mas acabei me tornando uma bengala para elas, era o apoio, o tripé.. E não era isso que queria. Esqueci de ensinar-lhes que antes de qualquer coisa, somos seres individuais e independentes. Que não devemos esperar nada de ninguém. Não devemos depender de ninguém. Devemos ser suficientes para nós mesmos. Deixei a desejar neste ponto, faltou ensinar apenas isso aos meus alunos da vida. E hoje, por uma falha minha, por deixar tornar-me essencial na vida de alguém, sofro por ver sofrimentos e ver-me imponente perante eles.
Só espero que fique extremamente claro, que àqueles com quem reparti minha alma, o fiz pensando num "para sempre", igual ao sentimento que carrego.
Peço que jogue fora esta bengala - de uso permanente e diário - e que saiba que quando precisar que eu lhe dê minha mão para você não cair, eu estarei disposto a mover as mais altas montanhas.
Augusto Cruz
Um comentário:
Juliano Lamim aquii:
Guuutoooo!
Passei pelo teu Blog, porque não resisti. E também não resisti em comentar...
Nossa, tu escreve de uma forma incrível! Cheio de técnicas, ritmo e conteúdo! Parabéns de verdade.
Beijoo e muito sucesso pra você :)
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