domingo, 23 de janeiro de 2011

Arranhe

Tenho sido tão suficiente para mim mesmo que já não consigo mais ser suficiente para alguém. Respirei tão freneticamente, na última dúzia de meses, que não resta-me fôlego. A vida boêmia não mais me agrega, as bocas noturnas não me atraem. Não troco uma ideia, só absorvo as palavras tão vazias que me rodeiam. Não exalo mais aquele gargalhar dos velhos tempos. 
Poderia eu, estar exausto da mesmisse. Daqueles olhares desejando meia hora de prazer com consequências não calculadas. Das vozes maliciosas. Do pouco conteúdo, da falta de competência. 
Por favor, tente olhar além. Admirar a paisagem interna que carrego. Não me faça perder a pouca vontade que resta por aqui. Grito por atenção às minhas qualidades psicológicas que não lhe interessam. 
Faça-me sentir o céu.

Augusto Cruz

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